A prática e a filosofia do yoga costuma delineada pelos “8 passos de Patanjali”: os Yamas, Niyamas, Asanas, Pranayamas, Pratyahara, Dharana, Dhyana, Samadhi. Indo desde as condutas éticas de uma pessoa, até a iluminação completa do ser em conexão com o Universo, estes passos incluem também a execução das famosas posturas corporais, chamadas de ásanas.
E, por mais que o propósito final destes ásanas seja ligado a uma transcendência espiritual, a sabedoria yogi sempre concebeu seu importante papel na busca de um corpo saudável, forte e flexível, capaz de hospedar uma alma em sua jornada de evolução.
O ocidente, no entanto, só tem se dado conta desses benefícios físicos e aceito o yoga como terapia holística no campo da saúde há poucas décadas, através de estudos que comprovam sua influência direta na fisiologia do corpo humano.
Existem artigos demonstrando melhora na qualidade do sono (FANG e LI, 2015), diminuição dos índices de ansiedade (STREETER et al, 2010), aumento da flexibilidade e equilíbrio (POLSGROVE et al, 2016) e diversos outros fatores, após alguma intervenção de yoga.
Uma revisão sistemática de muitos desses artigos, feita em 2016 (GOVINDARAJ et el, 2016), traz também uma colocação bem embasada de como a execução de ásanas do yoga pode melhorar o funcionamento do sistema imunológico.
Os autores citam como propulsores dessa imunidade a formação de glóbulos vermelhos (Chohan et al., 1984), o aumento da atividade parassimpática, a redução de marcadores inflamatórios como a proteína C-reativa e a interleucina-6 (Morgan et al., 2014), além do fato da prática ser feita de forma consciente, o que causa uma sensação de prazer e bem-estar que parece aumentar o números de células imunológicas, conforme demonstrado em estudos feitos com pacientes de câncer (Kochupillai et al., 2005; Rao et al., 2008).
Outro ponto muito simples trazido nessa revisão é que os ásanas são capazes de melhorar o sistema circulatório de uma maneira geral, fazendo com que o sistema imunológico trabalhe mais eficientemente através de nossas veias e artérias e acelerando os processos antiinflamatórios do corpo.
Posturas invertidas, por exemplo, são conhecidas por ativarem a circulação venosa e promoverem uma drenagem natural do sistema linfático (IYENGAR, 1991), além de levar oxigênio ao cérebro e melhorar aspectos psicológicos que afetam diretamente o estado de imunidade do praticante.
Por isso, em meio à pandemia em que nos encontramos, isolados socialmente dentro da segurança de nossos lares, entre os tantos outros cuidados com a nossa saúde que devemos ter, praticar yoga deve claramente ser um desses!
E você nem precisa fazer posturas complexas ou invertidas no seu primeiro contato com o yoga, basta que execute os ásanas conscientemente, concentre-se na sua respiração durante todo o tempo, e já estará levando saúde e imunidade para o seu corpo. Que tal começar hoje?